Diárias de vereadores sofrem alterações

Vereador Waldomiro Lima

   A declaração do vereador Waldomiro Lima, causou indignação na população pelotense. 

De acordo com ele, discutir a redução de R$ 300,00 nas diárias dos vereadores é perda de tempo, porque esse valor, não faz diferença para o contribuinte. Conteúdo dos projetos, para Waldomiro, deveria ser voltado para a cultura, o progresso da cidade e a visibilidade da câmera em Brasília. 

Talvez todo esse descaso por parte de um representante da população seja conseqüência da lentidão do Judiciário na apuração e condenação dos envolvidos no uso indevido de dinheiro público. Em 2006, 17 vereadores foram flagrados usando indiscriminadamente as diárias que estavam sendo pagas para a permanência em hotéis, durante o período de trabalho. No entanto, passados quatro anos, mesmo os candidatos que tiveram seus nomes apontados conseguiram se eleger. 

   

Ou seja, a população reelegeu 11 dos 17 sujeitos envolvidos. O Rio Grande do Sul tem um histórico de mau uso de verba destinada para pagar a diária dos vereadores. No entanto, ano após ano, a história se repete. Para uma população como a de Pelotas, que de acordo com o último IBGE, ocorrido em 2007, tem um pouco mais de 339.934 habitantes, certamente faria uma diferença significativa ter um aumento de R$ 300,00 para cobrir os gastos das famílias. 

O projeto de lei prevendo a alteração, de autoria do tucano Eduardo Leite (PSDB), teve dois votos contra: de Waldomiro Lima (PRB) e do Professor Adinho (PPS), este campeão de gastos com diárias no parlamento. Agora quem viajar pela Câmara receberá uma (1) diária, caso pernoite no destino. Ou meia diária, se não pernoitar. Antes, a Câmara pagava uma (1) diária e meia se houvesse pernoite ou 0,8 de diária sem pernoite. 

Ainda que o projeto tenha sido aprovado, as diárias continuam altas. Assim, um vereador que passe dois dias em Brasília embolsa R$ 1.100. Um dinheirão, considerando que a capital federal possui hotéis quatro estrelas com diárias (incluso café da manhã) ao preço de R$ 150.

O comentário de Waldomiro Lima foi constrangedor, não para ele, já que falou sem o menor pudor. O constrangimento  foi dos eleitores que tem o mínimo de bom senso para discernir a quais interesses uma pessoa como ele representa.

De acordo com uma matéria do jornal Diário Popular,  realizada no ano de 2001,  26 mil famílias encontravam-se em estado de pobreza absoluta, o que corresponderia em torno de 80 mil pessoas, considerando-se a média de membros em cada família. Como que R$ 300, 00 não faria a diferença, ou não seria importante para essas pessoas?